O desenvolvimento craniofacial em bebês e crianças é um processo complexo e crucial que pode ser influenciado por diversas condições. Entre as disfunções que afetam a região da cabeça e pescoço, destacam-se o torcicolo congênito e cranioestenose (plagiocefalia e braquicefalia). Essas condições, embora compartilhem semelhanças em sua manifestação na anatomia craniana, apresentam diferenças distintas em suas causas, características e abordagens de tratamento. Confira.

Torcicolo congênito

O torcicolo congênito é causado pelo mau posicionamento do bebe na região intra uterina. Nesse quadro, a nutrição de alguns músculos é prejudicada pela má circulação e a mobilidade do pescoço fica comprometida. 

Na avaliação médica, o profissional verifica os conjuntos da coluna vertebral que também podem afetar o crânio, ombro e até mesmo o braço da criança.

O apoio desigual da região do crânio, que é maleável nos primeiros anos de vida, vai achatando a cabeça do bebê, formando uma deformidade craniofacial cada vez mais evidente. Além de tratar a cervical e o crânio, os pais são instruídos pelo osteopata sobre o posicionamento do bebê, com o intuito de variar o local da pressão externa do crânio do bebê.           

Braquicefalia e Plagiocefalia

A braquicefalia e a plagiocefalia são duas deformidades craniofaciais que podem ocorrer em bebês. Ambas as condições são causadas pelo fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas, que são estruturas maleáveis que conectam os ossos do crânio.

Na braquicefalia, a cabeça do bebê é mais larga do que é longa. Isso ocorre em virtude da sutura sagital, que é a sutura que corre ao longo da parte superior da cabeça, que se fecha prematuramente.

Na plagiocefalia, a deformidade craniofacial aparente é que um lado da cabeça é mais plano do que o outro. Isso ocorre quando uma ou mais suturas cranianas fecham prematuramente, sendo essas a sutura coronária unilateral, sutura lambdóide unilateral ou as linhas de sutura posteriores.

É importante destacar que existe muita confusão entre a plagiocefalia posicional (falsa plagiocefalia) e a plagiocefalia verdadeira. Enquanto a primeira é causada pela pressão prolongada de um lado da cabeça e pode ser corrigida com uso de órtese e posicionamento, na plagiocefalia verdadeira há o fechamento das suturas cranianas, que só pode ser corrigido com a intervenção cirúrgica.

Para diferenciar um caso do outro, os exames de imagem são essenciais e capazes de identificar se existem e quais são as suturas fechadas.

Em suma, as disfunções de cabeça e pescoço, como o torcicolo congênito, a braquicefalia e a plagiocefalia, apresentam nuances distintas, cada uma com suas causas e características específicas.

Compreender as particularidades de cada disfunção é essencial para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado. Uma abordagem integrada, que inclui cuidados com a mobilidade, orientações aos pais e, quando necessário, intervenções cirúrgicas, contribui para o bem-estar e desenvolvimento saudável dos bebês afetados por essas condições craniofaciais.