A fissura labiopalatina é só um dos efeitos que os agentes teratogênicos podem desencadear, mas afinal: você sabe o que são os agentes teratogênicos?

Os agentes teratógenos provocam doenças capazes de afetarem o desenvolvimento do feto, acometendo tecidos e órgãos e causando assim morte celular, alterações no crescimento dos tecidos, entre outros tipos de problemas.

Segundo o Global Report on Birth Defects, anualmente, em todo o mundo, cerca de 8 milhões de bebês, correspondente a 6% do total de nascimentos, nascem com alguma malformação congênita, cuja origem é parcial ou totalmente genética. Outras centenas de milhares nascem com malformações congênitas desenvolvidas por causas evitáveis. Estima-se ainda que de 5 a 10%, destas malformações não-genéticas estejam relacionadas a exposição materna a agentes teratogênicos, como álcool, tabaco, medicamentos, micro-organismos, radiação, poluição ambiental, entre outros

No Brasil, as malformações congênitas correspondem à segunda causa de morte infantil mais frequente, sendo responsável por 11,2% destes óbitos. Acredita-se que o alto índice desses danos durante a gestação decorra da dificuldade de acesso aos serviços de saúde, além da venda de medicamentos sem receita médica e o consumo de substâncias proibidas durante a gravidez.

Consequências dos agentes teratogênicos

As consequências dos agentes teratogênicos na vida humana são divididas em 4 classes: (1) morte do bebê e à infertilidade, (2) malformações, (3) retardo de crescimento e (3) deficiências funcionais.

O consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez também acende um alerta no Brasil sobre o papel dos agentes teratogênicos nas anomalias congênitas. Segundo o Ministério da Saúde, no país, um em cada mil bebês nascidos vivos apresenta a Síndrome Alcoólica Fetal. O álcool é considerado uma substância teratogênica, que produz danos irreversíveis no embrião e no feto ao penetrar na corrente sanguínea da gestante, por conseguinte, atravessar a placenta passando pelo cordão umbilical

Segundo a literatura, as alterações causadas pela SAF envolvem também anomalias craniofaciais, estrabismo, ptose, problemas auditivos, além de lábio leporino e fenda palatina lateral, entre outras desordens neurodesenvolvimento.

Casos em que há lábio leporino, por exemplo, requerem que uma intervenção cirúrgica seja realizada nos primeiros anos de vida, com o propósito de fechar a fenda no lábio. Além disso, pacientes com lábio leporino e/ou fenda labiopalatina precisam de acompanhamento multidisciplinar até os 18 anos de vida, dessa forma, conseguirão um melhor prognóstico no desenvolvimento da fala, além de melhora nos aspectos psicológicos e sociais.