Entre 2001 e 2024, o Brasil realizou mais de 50 mil cirurgias relacionadas a fissuras labiopalatinas, das quais 34 mil foram cirurgias primárias, ou seja, a primeira intervenção para corrigir essa condição. Esse número evitou aproximadamente 320 anos de vida perdidos por invalidez e gerou um impacto econômico positivo de 5,5 bilhões de dólares.

O Impacto Econômico do Tratamento de Fissuras Labiopalatinas

De acordo com a Smile Train, investir no tratamento de fissuras labiopalatinas oferece um impacto significativo tanto na saúde quanto na economia dos países. A falta de cirurgiões, anestesiologistas e outros profissionais de saúde essenciais é um dos principais desafios globais para o acesso a esse tipo de tratamento. Pesquisas apontam que, para garantir uma cobertura cirúrgica adequada, é necessário haver pelo menos 20 cirurgiões, anestesiologistas e obstetras para cada 100 mil pessoas. No entanto, em muitos países, esse número está muito abaixo do ideal.

A Smile Train também destaca que, com apenas 400 dólares investidos em uma cirurgia de fissura labiopalatina, até 60 mil dólares são devolvidos à economia local, à medida que os pacientes recuperam sua capacidade de contribuir economicamente. Isso representa um retorno do investimento superior a 150 vezes. Além disso, o relatório enfatiza a importância de criar programas nacionais que priorizem o treinamento de profissionais de saúde, a manutenção de equipamentos de monitoramento e a inclusão de exames de fissura palatina em diretrizes neonatais, para garantir o tratamento precoce e eficaz dessas condições.

A conscientização sobre a fenda labiopalatina, o combate ao estigma e a criação de programas de apoio social para as famílias afetadas também são mencionados como passos fundamentais para melhorar a qualidade de vida das crianças e suas famílias ao redor do mundo.

As fissuras labiopalatinas ocorrem quando os lábios ou a boca dos bebês não se formam corretamente durante a gravidez. Esses bebês nascem com uma abertura, fissura no lábio superior, no fenda no palato, ou em ambos. Estima-se que 4,6 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com fissuras orofaciais não tratadas ou inadequadamente tratadas, principalmente em regiões com poucos recursos.

Além do estigma social e da exclusão, essa anomalia craniofacial também podem causar dificuldades para comer, respirar, ouvir e falar. 

O tratamento da fissura labiopalatina é um processo longo e envolve a colaboração de diversas especialidades médicas e terapêuticas. Com o tratamento adequado, é possível restaurar a função estética e funcional da face, permitindo que a criança tenha uma vida plena e saudável.