Durante as consultas ao pediatra, você provavelmente já notou que a medição da altura, peso e do perímetro cefálico do bebê é rotineira. Essas medidas permitem que o médico avalie o crescimento corporal do bebê, dentro de uma curva estabelecida, mas é por meio, principalmente, do crescimento da cabeça do bebê, que o pediatra pode desconfiar de alguma anormalidade craniana, como uma cranioestenose, por exemplo.

Especialmente nos primeiros meses de vida, a cabeça do ser humano cresce em ritmo acelerado. Aos dois anos, a cabeça do bebê já possui 90% do tamanho adulto.

A visita mensal ao pediatra é indispensável para o acompanhamento adequado da curva de crescimento craniano e do desenvolvimento do sistema nervoso central. É com esse acompanhamento que diagnósticos precoces de cranioestenoses, microcefalia (quando o perímetro cefálico está abaixo da normalidade) e macrocefalia (quando o perímetro cefálico acima da normalidade), por exemplo, podem ser dados. Além disso, o perímetro cefálico é valioso no fechamento de alguns diagnósticos.

É preciso lembrar que um bebê pode ter uma cabeça relativamente grande devido à hereditariedade, no entanto, há de se considerar que isso também pode significar que há um problema no cérebro passível de cirurgia. Dessa forma, a avaliação por um profissional deve garantir o diagnóstico e os cuidados adequados.

A curva de crescimento craniano é estabelecida pela OMS

As cadernetas das crianças já trazem consigo uma tabela com as curvas de crescimento que foram feitas pela OMS e que devem ser utilizadas como referência para o acompanhamento do crescimento de bebês nascidos a termo, com mais de 37 semanas.

Assimetria craniana pode indicar cranioestenose, síndromes e posicionamento viciado do bebê

A cabeça do bebê tem suas placas ósseas que são separadas pelas suturas cranianas e são justamente as suturas, e a mobilidade que elas permitem para a região, que permitem o crescimento do cérebro e de outras regiões da face. As suturas cranianas fecham-se naturalmente até os dois anos de idade do bebê, no entanto, em casos de fechamento precoce de uma ou mais dessas suturas, condição relativamente rara a que damos o nome de cranioestenose, é preciso de intervenção cirúrgica. Em algumas situações a cranioestenose pode estar associada a síndromes (cranioestenoses sindrômicas), por isso, é importante a avaliação de uma especialista.

Outro ponto que pode ser averiguado no acompanhamento da curva de crescimento craniano são as assimetrias cranianas posicionais. A recomendação desde 2007, do Ministério da Saúde, é que os bebês durmam de barriga para cima para que assim as mortes súbitas por asfixia sejam evitadas. Essa postura viciada, em um momento cujo crescimento craniano é intenso, pode levar a uma assimetria craniana progressiva (plagiocefalia, braquicefalia, etc). As consequências da falta de tratamento de uma assimetria posicional envolvem o desalinhamento craniofacial, dentário e até mesmo do conduto auditivo.