Você sabe o que é fístula oronasal?
A formação incompleta do lábio superior, quadro em que há o que chamamos de fissura labial, ou mesmo do palato (céu da boca), conhecida como fissura palatina pode acontecer de forma isolada ou em conjunto. Fato é que a gravidade do lábio leporino e/ou da fissura labiopalatina, varia e pode inclusive, acometer ambos os lados da face.
Além de um longo acompanhamento com uma equipe multiprofissional, a correção da fenda labiopalatina requer uma cirurgia conhecida como palatoplastia.
Como qualquer outra cirurgia, a palatoplastia pode causar sequelas, entre elas, a principal: a fístula oronasal em decorrência do fechamento cirúrgico inadequado do disco palatal. Saiba mais sobre essa possível consequência da correção da fenda de palato.
Mais sobre a palatoplastia
O procedimento cirúrgico pode ser realizado em etapas: uma só cirurgia para fechar o palato duro (parte dura do céu da boca) e uma outra para correção do palato mole (parte mole do céu da boca), ou ainda, uma única intervenção para ambas as correções.
A palatoplastia é realizada sob anestesia geral, dependo da dificuldade podemos demorar até 4 horas para fazer.
O procedimento permite que o paciente desenvolva a fala de uma forma melhor e possibilita que o mesmo tenha um desenvolvimento craniofacial mais próximo da normalidade.
Fístula oronasal após palatoplastia
A fístula oronasal (FON) é uma falha na cicatrização ou ainda uma ruptura na sutura, que pode surgir como sequela pós-cirúrgica da palatoplastia, principalmente em crianças com fissura labiopalatina bilateral e unilateral.
Alguns estudos indicam que a incidência da FON no pós-operatório dos pacientes tem variado de 3% a 60%. O quadro, por sua vez, pode levar a problemas funcionais, como a fala hipernasal, regurgitação de alimentos pelo nariz, sintomas otológicos ou perda auditiva, entre outros.
Na maior parte dos casos, as fístulas são pequenas, e podem ser perceptíveis nos primeiros dias pós-operatório. No entanto, essa condição é capaz de influenciar no resultado do tratamento da fissura labiopalatina, e requer atuação de uma equipe multidisciplinar, inclusive para a avaliação.
O quadro pode ser desencadeado por uma infecção, formação de hematoma entre as camadas mucosas oral e nasal, pela tensão excessiva no reparo, espaço morto entre as mucosas, no entanto, outros fatores também contribuem para aumentar o risco da ocorrência da fístula oronasal, entre eles:
Experiência do cirurgião
Técnica utilizada para o fechamento do palato
Tipo e extensão da fenda palatina
De forma geral, as fístulas tornam o tratamento da fissura labiopalatina mais complexo, pois envolvem a realização de cirurgias secundárias e, possivelmente, do grau de deformidade maxilar.