As crianças que possuem fissura labial e/ou palatina enfrentam desafios funcionais em relação à deglutição, sucção, mastigação e fonação devido às mudanças anatômicas no sistema estomatognático, um conjunto de estruturas bucais que desenvolvem funções comuns.
Entre os desafios que podem ser enfrentados pelas crianças com fissura labiopalatina estão os problemas com a mastigação, sucção e também com a deglutição, isso é, com o ato de engolir. A disfagia, é o incômodo durante o processo de deglutição, que por sua vez, pode gerar outros sintomas, como o vômito.
Conforme elucidado no estudo “Sintomas de disfagia em crianças com fissura labial e/ou palatina pré e pós-correção cirúrgica”, de Jordana da Silva Freitas e Maria Cristina de Almeida Freitas Cardoso, existem na literatura médica dados de maior incidência de problemas na alimentação de portadores de fissuras labiopalatinas do tipo transforame incisivo e/ou pós-forame incisivo. Há ainda de se ressaltar que os sintomas comuns desse quadro envolvem tosse, engasgos e vômitos, causados sobretudo pelo impedimento do esfíncter velofaríngeo em decorrência da diminuição da mobilidade velar, bem como pela insuficiência das alterações anatômicas da região.
Em alguns casos, mesmo após a correção cirúrgica do palato, podem existir escapes nasais pela incidência de novas fístulas. Por isso, para evitar incômodos durante o processo de deglutição e outras complicações, é bem importante que a criança diagnosticada com fenda labiopalatina, seja acompanhada durante sua infância e adolescência. O médico saberá avaliar o melhor momento para que cada intervenção cirúrgica seja realizada.
Razões de um bebê nascer com fenda labiopalatina e como melhorar sua alimentação
A fissura labiopalatina pode ocorrer em diferentes graus e localizações. Em alguns casos, há a extensão da fissura em todo céu da boca, acometimento apenas do lábio, ou ainda a combinação de uma fenda labial e no palato.
Geralmente, o bebê que nasce com fissura no céu da boca, apresenta dificuldades de sucção, uma vez que a comunicação da boca e do nariz não acontece a força para sucção do leite materno.
Na alimentação de bebês que ainda não operaram da fenda de palato pode ocorrer que o líquido, por exemplo, vá para o nariz, uma vez que não existe a separação completa dessas cavidades. Se o líquido refluir pela fenda, é possível utilizar uma placa moldada para o céu da boca, com o propósito de ocluir a fenda.
Outra possibilidade é ajustar o posicionamento do bebê durante e após as refeições. Com o corpo mais ereto, é possível evitar refluxos e outros tipos de incômodos.