Papel da escola na promoção da saúde e bem-estar de pacientes com fissura
Além dos problemas funcionais que as fissuras labiopalatinas causam, o convívio social é um dos maiores desafios enfrentados por pacientes com essa malformação congênita.
A anomalia em um local tão aparente como o rosto, por vezes, é motivo de chacotas e até mesmo de bullying no ambiente escolar, problema esse que, não raramente, estende-se como preconceito no ambiente de trabalho.
Indivíduos que possuem fissuras de palato apresentam dificuldades para se comunicar e podem até mesmo evitar relacionamentos com outras pessoas, mas a escola, enquanto ambiente educativo e inclusivo que é (ou que deveria ser), deve atuar na promoção da saúde física e mental de seus alunos e da comunidade.
No que lhe concerne, a escola tem o dever de capacitar as crianças para que possam fazer escolhas informadas, esclarecidas, livres e responsáveis. Neste sentido, professores, diretores e outros profissionais que fazem parte da rotina escolar, precisam estar atentos para observar preconceitos e desmistificar o quadro da fissura labiopalatina.
No caso dos adolescentes, é ainda mais importante que os conteúdos programáticos abordem a quebra do padrão de corpo perfeito, pois, neste período, em que ocorrem amplas mudanças psicossomáticas, o sentimento de inferioridade pode estar presente e ainda ser agravado pela cicatriz da fenda labiopalatina.
Apoio do professor é imprescindível
Em razão dos frequentes afastamentos da escola para realização de exames, consultas e até mesmo cirurgias, é de suma importância que as pessoas integrantes do ambiente escolar, sobretudo o professor, aja com apoio e suporte prático aos alunos com fissuras labiopalatinas.
Tais ações auxiliam na aprendizagem por meio de atividades que podem ser realizadas no período extraclasse e também na reabilitação geral das crianças e adolescentes.
É preciso dizer que a falta de compreensão por parte dos professores pode ser um fator desencadeador de estresse, gerando falta de interesse, dificuldades no aprendizado e comprometendo o bem-estar do aluno.
Fissuras labiopalatinas: características
As fissuras labiopalatinas são anomalias craniofaciais congênitas que rompem a integridade do lábio e/ou palato e têm caráter multifatorial.
A falha na fusão das estruturas da face, que ocasiona o aparecimento das fendas labiopalatinas, afeta funções básicas como a fonação, a audição e também a amamentação logo após o nascimento do bebê. Em alguns casos, a fissura labiopalatina também está associada à presença de síndromes, mas isso não é regra.