Toda criança que chega ao mundo requer uma adaptação da rotina familiar. Choros, fraldas, alimentação, amamentação, enfim…todas essas situações são comuns à maioria das mães. No entanto, a maternidade de uma mãe, cujo filho possui fissura labiopalatina, ou uma cranioestenose sindrômica, por exemplo, demanda ainda mais de toda a família.
Ainda hoje, com frequência, a maternidade é romantizada, por isso, a assistência de uma rede de apoio para as mães de crianças com fissuras labiopalatinas, síndromes ou mesmo para as mães de crianças típicas é essencial.
Muitas das mães especiais enfrentam os desafios da depressão, ansiedade, estresse, sentem-se isoladas e invisíveis, mas com uma boa rede de apoio a mãe pode ter sua saúde mental e emocional preservadas. Este suporte é construído por membros da família e por amigos que estão dispostos a ouvir e ajudar na rotina da mãe e da criança.
Em casos de crianças com fenda labiopalatina e síndromes, o acompanhamento médico é longo e pode exigir tempo integral da mãe. Muitas, inclusive, deixam o emprego, os estudos e abrem mão de uma carreira profissional para conseguir se dedicar 100% nas terapias dos filhos. Neste sentido, a rede de apoio pode se oferecer para levar a mãe para um café entre uma terapia e outra, para ajudar na organização da casa ou apenas para um bate-papo durante a semana.
Sobre a aceitação
O primeiro grande desafio de uma maternidade fora do padrão, do esperado, é a aceitação. Este processo não é fácil, tranquilo e rápido.Muito pelo contrário, o rompimento da expectativa de um filho dentro de padrões típicos traz sim um sofrimento. No entanto, a primeira forma para lidar com essa situação é a aceitação.
Quando negamos, lutamos contra e levantamos questionamentos, é mais difícil lidar com a criança, que naquele momento precisa de cuidados. A consequência de uma maternidade saudável é um amplo suporte para o desenvolvimento da criança.
Como dissemos, este processo é uma construção emocional e psíquica, e uma dica para trilhar esse caminho é buscar conhecimento sobre a malformação do seu filho. Por exemplo, se ele recebeu o diagnóstico de Síndrome de Pfeiffer, quais são os cuidados que precisa? Qual seria a melhor idade para a correção de uma eventual fissura labiopalatina?
Não se cobre, não se culpe. Conheça melhor o quadro do seu filho e busque o que pode enriquecer o tratamento dele
“Maternidade atípica”
O termo “maternidade atípica” faz referência a um tipo de maternidade que foge do que foi esperado ou planejado. Nem sempre este tipo de maternar se dá logo no nascimento do bebê, afinal, muitas síndromes manifestam-se apenas após alguns anos de vida da criança, além disso, sequelas de acidentes também podem fazer com que algumas crianças necessitem de suportes especiais.
A rede de apoio equilibra o bem-estar da família e é capaz de deixar uma maternidade mais saudável. Por isso, se você é mãe de uma criança com fenda labiopalatina ou outra malformação craniofacial, reconheça quem faz parte da sua rede de apoio e não se culpe pelo quadro do seu filho, você já está fazendo o seu melhor.