Quando operar bebês com lábio leporino?
As cirurgias reparadoras das fissuras lábio palatinas geram muitas preocupações aos pais e responsáveis pelo paciente. Apesar de não ser uma intervenção complexa e de alto risco, é natural que a operação de bebê cause certa tensão nas pessoas.
Assim como em outras condições, quanto antes a intervenção cirúrgica for feita, melhor. Desta forma, diminui-se a possibilidade de ocorrências de deformidades ou o comprometimento no desenvolvimento dos ossos, na arcada dentária e nas funções faciais da criança.
Ao contrário do que muitos imaginam, o lábio leporino não afeta apenas a aparência do bebê, mas também impacta na sua fala, amamentação e qualidade de vida. Isso porque essa anomalia facial pode afetar a sucção, mastigação, deglutição, respiração, fonação e audição da criança. Não impede o paciente de falar; porém, a voz fica fanha e anasalada.
A idade do neném não é o único fator determinante para a realização da cirurgia, como explicaremos a seguir.
As fendas nos lábios ocorrem em um em cada 650 nascimentos no país. Portanto, existem muitas informações e estudos sobre o tema, que possibilitam uma reabilitação considerável do paciente.
A cirurgia é apenas o primeiro passo do tratamento para o lábio leporino. O acompanhamento médico deve continuar pelos primeiros 18 anos do paciente.
O que é lábio leporino
Lábio leporino é uma deformidade congênita, ou seja, que se desenvolve ainda na gestação. As fissuras labiopalatinas, como também são conhecidas, se dão por uma ou mais aberturas e descontinuidades das estruturas do lábio e/ou palato. Essa malformação se manifesta em diferentes tamanhos, espessuras e locais. Em alguns pacientes ainda aparece com mais de uma fenda.
Nas primeiras semanas de gestação, algumas estruturas dos bebês estão separadas para possibilitar o desenvolvimento. Ao longo dos meses, essas articulações se unem e formam o aspecto normal da face.
Fendas nos lábios ocorrem quando essas suturas, por algum motivo, não se juntam e permanecem abertas até o nascimento da criança. As causas podem ser diversas, apesar de ainda não existir comprovação sobre as possíveis motivações.
Ao que tudo indica essa deformidade acontece quando a criança tem uma predisposição genética aliada a fatores externos, como o consumo de elementos químicos e bebidas alcoólicas pela gestante, contato com radiação ou doenças infecciosas, falta de vitaminas ou alterações hormonais no organismo da mãe durante a gravidez.
O diagnóstico dessa anomalia facial pode ser feito a partir da 22ª semana de gestação pelo exame ultrassom morfológico. Caso aconteça, os pais e responsáveis pelo neném serão encaminhados a profissionais especializados a estas condições.
Neste momento, já é possível se preparar para o tratamento que será feito pelos próximos anos da vida da criança.
Tratamento multidisciplinar
O tratamento de fissuras no rosto é multidisciplinar e longo, tendo acompanhamento médico até os 18 anos de vida do paciente. Alguns profissionais atuam desde o nascimento do bebê, como a equipe de odontologia que precisa manter a região higienizada. Isso porque o local fica mais exposto e qualquer cárie naquele momento, pode impossibilitar a cirurgia.
A intervenção é o primeiro passo do tratamento, talvez um dos mais importantes. Neste procedimento, os médicos e cirurgiões fazem o fechamento da fenda. Alguns casos precisam de enxerto. Em geral, estas cirurgias demoram 2 horas, podendo ter variações em sua duração, para maior ou menor.
O procedimento é feito sob anestesia geral e, após a operação, com a fissura fechada, existe a reabilitação física e funcional da criança.
A cirurgia de tratamento de lábio leporino pode ser feita a partir dos 3 meses de vida das crianças, caso ela tenha mais de 5 quilos de peso e esteja saudável. Lembre-se: quanto antes realizar este procedimento, melhor.
Tratamento pós cirúrgico
As primeiras 48 horas são geralmente mais complicadas, incluindo bastante choro por parte do paciente. O pós operatório não é assim tão fácil, podendo ter diminuição na aceitação da dieta o que pode causar certo estresse na família. Por isso é tão importante o acompanhamento da equipe multidisciplinar no tratamento.
O tratamento não se encerra após a operação. Na realidade, o acompanhamento médico depois da cirurgia deve ser regular. O paciente terá apoio de profissionais de cirurgia plástica, ortodontistas, dentistas, fonoaudiólogos, psicopedagogos, assistentes sociais, intensivistas, otorrinolaringologistas, neurocirurgiões, psicólogos, entre outros.