Mitos e verdades sobre lábio leporino

Fissuras faciais é um assunto bastante complexo e por isso, gera muitas dúvidas. Por falta de conhecimento, muitos disseminam alguns mitos sobre essas condições, o que é extremamente prejudicial.

Isso porque, ao descobrir que o (a) filho (a) nascerá com alguma deformidade, é comum que os pais procurem mais informações a respeito na internet e a desinformação pode assustá-los.

Além, é claro, de propiciar preconceitos sobre os fissurados que não merecem passar por discriminações, principalmente, as que acontecem com base em mitos. Por isso, nós do Hospital Sobrapar, especialista em deformidades craniofaciais, explicaremos o que é verdade e o que não é sobre este tema.

Dessa forma, além de entender mais sobre o assunto e não se assustar com um possível diagnóstico, compreenderá que crianças que nascem com essas condições podem ser reabilitadas e ter ótima qualidade de vida.

A principal deformidade facial é o lábio leporino. Essa condição afeta 1 a cada 650 nascimentos no país e por ser a anomalia mais conhecida e comum, gera muitos boatos. Então, neste conteúdo abordaremos o que é e os mitos e verdades sobre fenda labial, como também é chamado.

Então acompanhe este conteúdo para tirar todas as dúvidas sobre lábio leporino e entender como essa condição afeta as crianças. Confira!

O que é lábio leporino?

Lábio leporino é uma deformidade facial congênita, ou seja, que se desenvolve ainda na gestação e o bebê já nasce com essa condição. Caracterizado por uma ou mais descontinuidades nos lábios, essas fendas causam notáveis alterações na face.

Não existe um padrão para este tipo de malformação, dado que podem ser encontradas de diversos tamanhos e regiões diferentes. Existem casos em que essa deformidade se manifesta isoladamente, porém, não é a regra.

Diferentemente do que alguns imaginam, não atinge somente a questão estética da criança, mas também pode comprometer algumas de suas funções. Explicaremos essa questão mais detalhadamente à frente.

Para compreender mais sobre o tema, é importante saber como acontece o desenvolvimento dos bebês para entender como essas fissuras acontecem.

Como as fissuras faciais são formadas?

Como é de se imaginar, o período embrionário é bastante complexo e envolve diversos fatores que podem impactar em diferentes aspectos do bebê. Neste momento se desenvolvem vários tipos de malformações, como fissuras labiopalatinas, deformidades no crânio, entre outras.

Quando a criança nasce com lábio leporino é porque, por algum motivo, o desenvolvimento de algumas estruturas não ocorreu perfeitamente. Entenda melhor: o lábio e o céu da boca são formados por suturas que nos primeiros momentos da gestação estão separadas.

Normalmente, elas se unem conforme o desenvolvimento do bebê, ocasionando a formação normal da face. Já os pacientes com fissuras, durante esse período determinante, essas suturas não se unem e permanecem separadas.

Originando o lábio leporino e fendas palatinas – outra anomalia bastante comum que afeta o céu da boca dos bebês. O que causa essa “falha”? Existem diversas possíveis causas, como explicaremos a seguir.

Quais as possíveis causas?

Como dissemos, é um assunto com muitas variáveis. Existe um número grande de possíveis causas e por isso, são divididas em dois grupos: fatores ambientais e causa genética.

Fatores ambientais: Nestes casos se encaixa as características nutricionais do bebê e da gestante, consumo de substâncias químicas, como drogas, fumo e álcool durante a gravidez. Exposição a radiações e contato com doenças infecciosas no primeiro trimestre de gestação.

Também pode estar relacionado à variação hormonal da mãe durante a gravidez.

Causas genéticas: este aspecto se refere à predisposição genética aliada a fatores ambientais. Essas malformações não são doenças exclusivamente genéticas.

Diagnóstico e tratamento

Essas deformidades podem ser percebidas ainda durante a gestação, então é uma condição com diagnóstico rápido, o que é benéfico para que os pais se preparem para os tratamentos.

Com o exame ultrassom morfológico, é possível identificar o lábio leporino a partir da 22° semana de gravidez. A partir do nascimento do bebê, o tratamento é iniciado por uma equipe multidisciplinar.

Cirurgias para corrigir as anomalias são feitas visando a reabilitação funcional da criança e a questão estética. Após esses procedimentos, o tratamento segue com fonoaudiólogos, psicólogos, dentistas, entre outros profissionais.

Este acompanhamento é demorado, podendo ser necessário até os 18 anos de vida. Mas, é possível reabilitar o paciente em 100%.

Mitos e verdades sobre lábio leporino

Agora que já sabe as principais características dessa deformidade, já consegue reconhecer alguns mitos e saber o que é verdade de fato. Esclarecemos algumas questões a seguir, mas podem existir muitas outras.

Por isso, esta introdução sobre o tema é importante para ter uma base sobre o assunto, e evitar cair em possíveis boatos.

Alguns mitos sobre lábio leporino

Entender porque as seguintes afirmações são mitos é essencial para diminuir a descrminação contra os fissurados. Por isso, acompanhe atentamente.

Lábio leporino afeta somente os lábios: como dissemos ao longo do conteúdo, esse é um mito. Isso porque, essa condição pode afetar algumas funções da boca, como até mesmo a fala – situações reversíveis com tratamento.

Essa condição afeta a inteligência da criança: Não! Esse é um dos maiores medos dos pais, mas fissuras no lábio não têm relação alguma com o desenvolvimento psicológico dos bebês. São condições isoladas na região bucal.

Mau cuidado na gravidez causa essa anomalia: verdade. Como explicamos, é possível que os pacientes tenham uma predisposição genética, mas o uso de tabaco, consumo de bebidas alcoólicas e outras questões do tipo podem acelerar o surgimento das fissuras.

É uma doença genética: mito. Não acontece por apenas condições genéticas, e sim, por uma predisposição aliada a outros diversos fatores.

A criança não terá a mesma qualidade de vida: mito. Após o tratamento os pacientes podem ser 100% reabilitados. É sim verdade que é preciso passar por cirurgias e um longo tratamento, mas com este acompanhamento é possível reverter o quadro.

As cirurgias são complexas e demoradas: cada caso é diferente, mas em geral, esses procedimentos são rápidos e mais simples do que parece. O pós-operatório não é complexo e o bebê não sofre com isso.

Como mencionamos, existem vários mitos sobre o tema, mas esses são os que mais escutamos ao longo desses anos sendo especialistas no diagnóstico e tratamento de crianças com deformidades congênitas.

Caso tenha mais alguma dúvida, o Hospital Sobrapar, referência no assunto, está disposto a ajudar.