Papel e importância do profissional de anestesiologia na cirurgia de crânio e face

Em uma cirurgia de crânio e face, tão importante quanto escolher um neurocirurgião, é saber quem será o médico anestesista; isso porque assim como a própria intervenção cirúrgica, a anestesia também pode oferecer risco à vida do paciente.

Com exceção dos procedimentos de urgência, o médico anestesista deve conhecer as condições clínicas do paciente, solicitando exames e outras avaliações, pois  somente assim terá embasamento para definir se é seguro que o paciente receba uma sedação.

O profissional anestesista é médico?

Ao contrário do que se possa imaginar, o anestesista é sim um médico. Após a sua formação no curso superior de medicina, este profissional precisa realizar mais 3 anos de residência médica em anestesiologia. 

O anestesista regula o nível da anestesia em cada momento da cirurgia e também monitoriza a  pressão arterial, os batimentos cardíacos e a respiração do paciente.

A escolha do anestesista e o sucesso pós-cirúrgico em cirurgias de crânio e face

Em qualquer procedimento anestésico pediátrico, o papel do anestesiologista é ainda mais importante. A escolha adequada da técnica anestésica e das drogas mais adequadas terão impacto positivo no resultado pós-cirúrgico, minimizando o risco de complicações e de sequelas neurológicas futuras.

Em alguns casos, os pacientes com cranioestenoses possuem a via aérea difícil (VAD). A Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA) define a via aérea difícil como a dificuldade em manter a saturação maior que 90% usando a ventilação por máscara e oxigênio a 100%. A via aérea difícil está associada a um risco maior de morbidade e mortalidade em pacientes nos diferentes contextos hospitalares, por isso, é imprescindível que o profissional seja especializado em pacientes com deformidades craniofaciais.

 

Outro fator a ser considerado em pacientes com anomalias de crânio e face, é que alguns estudos indicam que as crianças com cranioestenoses sindrômicas possuem maiores chances de alterações respiratórias, como apneia do sono e outras síndromes; este quadro pode dificultar o manejo das vias aéreas, tornando a intubação e a indução da anestesia mais complexas.

A avaliação prévia da via aérea de pacientes que passarão pela cirurgia de cranioestenose ou cirurgia de face como, por exemplo, correção de fissura labiopalatina permite um tempo maior para seleção adequada de equipamentos, além da escolha adequada de técnicas alternativas.

Caso seu filho tenha recebido o diagnóstico de cranioestenose, marque uma consulta com um profissional de sua confiança e tire todas as suas dúvidas sobre a anestesia, procedimento cirúrgico e recuperação.