Fissuras labiopalatinas afetam a inteligência dos pacientes?

Fissuras labiopalatinas são anomalias congênitas que afetam mais do que apenas a aparência dos bebês. Essas deformidades podem ser diagnosticadas ainda durante a gravidez e a partir deste momento, é normal que os pais comecem a se preocupar.

Uma das principais questões e que mais afligem os responsáveis pela criança é: anomalias congênitas como essa afetam o desenvolvimento cognitivo do paciente? Ou seja, a maior preocupação é se o desenvolvimento mental será comprometido ou não.

É compreensível tanta aflição, dado que algumas fissuras faciais são pouco conhecidas. Por outro lado, o lábio palatino é uma condição mais comum do que imaginamos e por isso, encontramos diversas informações sobre ela na internet – assim como mitos.

Diante de uma situação pouco conhecida ou cercada por falsas afirmações, é normal que os pais se preocupem ainda mais. Muitas vezes, por um problema  que não acontecerá de fato.

Como veremos ao longo deste conteúdo, fissuras no lábio ou palato isoladamente não afetam o sistema neurológico da criança. Consequentemente, assim como sua inteligência, o desenvolvimento cognitivo do bebê também não será impactado.

Para ter certeza e tranquilizar pais e familiares dos fissurados, explicaremos como essas fendas acontecem na gestação. Assim, ficará claro como a afirmação de que as fissuras diminuem a inteligência dos pacientes é apenas um mito.

Existe algum tratamento? O paciente é reabilitado? Essas são as perguntas mais frequentes sobre o tema – além é claro, da questão sobre o psicológico do bebê.

Dessa forma, para entender de fato o que acontece com a criança quando diagnosticada com fissuras faciais, acompanhe este conteúdo. Explicaremos e responderemos todas as questões acima.

Fissuras labiopalatinas: como se formam?

Fendas labiopalatinas são uma condição congênita. Ou seja, acomete o paciente ainda na gestação, geralmente entre a 4° e 12° semana. São aberturas no céu da boca ou lábios que acontecem em decorrência de uma malformação.

Essas fendas são visíveis e podem estar localizadas de um ou de ambos os lados da boca. Ainda pode acontecer do bebê nascer com mais de uma fissura nessas áreas do rosto, além do palato.

O maior impacto das fissuras ocorre na fala, respiração, mastigação, sucção, deglutição, entre outras funções. Todas essas questões são reabilitadas ao longo do tratamento cirúrgico e multidisciplinar.

Para entender melhor sobre as fissuras labiopalatinas, é preciso saber como elas se formam: nas primeiras semanas de gestação, é normal que algumas suturas e articulações do corpo e face fiquem separadas para dar mais espaço ao desenvolvimento de outros órgãos.

Ao longo dos meses, essas aberturas vão se fechando. Processo responsável pela formação normal da face. Quando essa união não acontece, o bebê nasce com a abertura.

O processo é mais complexo que isso e envolve diversos fatores. Entretanto, basicamente é assim que o organismo das pessoas se formam. Quando algo não sai como o previsto, pode ser chamado de mal formação, como as fissuras faciais.

Por que não afeta o aspecto cognitivo das crianças?

Essas fissuras são isoladas. Como vimos acima, essa deformidade acomete apenas a região bucal e suas funções. Não impactam o sistema neurológico e por isso, não são capazes de impedir o desenvolvimento mental dos pacientes.

É uma preocupação a menos e que pode ser descartada. As atenções devem ser voltadas ao tratamento para reabilitar não apenas a estética do bebê, mas também suas funções.

Como é feito o tratamento de fissuras labiopalatinas? Entenda!

É um tratamento longo e multidisciplinar. Envolve diversas áreas médicas na reabilitação funcional e estética dos pacientes. Felizmente, na grande maioria dos casos, os resultados são muito satisfatórios.

Alguns pacientes ao menos apresentam cicatrizes. O primeiro passo do tratamento é a cirurgia reparadora, na qual fecha as aberturas tanto no lábio quanto no céu da boca. Neste momento, existe a mobilização de vários profissionais.

Dentistas para garantir uma boca saudável, cirurgiões plásticos e craniofaciais, ortodontistas entre outros. Vale esclarecer que serão necessárias duas ou mais cirurgias ao longo do tratamento.

As intervenções em crianças com lábio leporino podem ser feitas a partir de três meses de vida se tiver ao menos 5 quilos de peso. Casos de fissuras no palato podem ser corrigidos a partir dos 12 meses de vida e quando o paciente já estiver com pelo menos 10 quilos de peso.

Após a operação, será preciso de um acompanhamento multidisciplinar até os 18 anos do paciente. Fonoaudiólogos, psicólogos, ortodontistas, odontopediatras, otorrinolaringologista, entre outros profissionais estarão envolvidos.

Todo esse cuidado será feito para que a fala, respiração e outras funções se desenvolvam normalmente e não apresentem transtornos futuramente às crianças, promovendo a inserção adequada no ambiente escolar e social. 

Caso esse passo não seja feito, é possível que mesmo após a cirurgia, o paciente permaneça com a voz anasalada e fanha. Este é apenas um exemplo de como essas fissuras impactam a vida das crianças e que podem ser resolvidas com o tratamento adequado.