Durante o procedimento cirúrgico de palatoplastia, é possível ocorrer a diminuição ou mesmo a perda total da úvula da garganta, popularmente conhecida como campainha. Entretanto, é importante destacar que essa situação não se deve a uma falha técnica da equipe médica, mas sim às particularidades anatômicas relacionadas à fissura labiopalatina.
Entenda mais sobre o caso
A fissura palatina, que divide o palato em duas metades, também pode afetar a úvula, que por sua vez fica em um tamanho reduzido devido a esta divisão. Durante o processo de união da úvula pode ocorrer que a quantidade de tecido disponível para sutura seja insuficiente, resultando em uma úvula de tamanho reduzido ou mesmo em sua completa ausência.
A falta ou mesmo a redução do tamanho da úvula pode causar alterações na fala da criança com fissura labiopalatina, especialmente quando a distância entre o palato e a faringe é pequena. Entretanto, é importante destacar que a evolução da fala dos pacientes não depende exclusivamente da presença ou tamanho da úvula, mas também do tamanho do palato, além de outros fatores.
Qual a importância da campainha da garganta?
A úvula é uma estrutura anatômica pequena que está localizada na parte de trás do palato mole, pendurada no centro do véu palatino. Essa estrutura influencia em processos da fala, da deglutição e também previne o refluxo gastroesofágico. É comum que a ausência ou malformação da úvula esteja associada às fendas labiopalatinas.
É importante ressaltar que a ausência ou a deformidade da úvula após a palatoplastia não é necessariamente um problema grave e pode ser tratada com terapia da fala e outras intervenções médicas, se necessário. Por esse motivo, os pacientes que passam por uma operação de anomalia craniofacial como a correção do palato são acompanhados por uma equipe médica multidisciplinar pelo menos até atingirem 18 anos de vida.
Além de sessões de fonoaudiologia, as crianças que operaram fenda labiopalatina também precisam de acompanhamento com odontólogos e psicólogos, por exemplo.
Os pacientes submetidos à cirurgia de palatoplastia devem ser informados sobre as possibilidades de perda ou redução da úvula e seguir as orientações médicas para minimizar os efeitos dessa condição. Em conjunto ao acompanhamento médico, é bem importante que realizem as terapias de fala e outras intervenções indicadas para maximizar a qualidade de vida após a cirurgia.
