O ato de deglutir é uma ação automática que está presente no ser humano desde a oitava semana de gestação. Para que seja segura e funcional, é preciso que cada fase da deglutição conte com a integridade de diversos sistemas do organismo e quando isso não ocorre, a deglutição é chamada de deglutição atípica ou disfagia.
Os pacientes com fissuras labiopalatinas ou fissuras labiais apresentam dificuldades para sugar, mastigar e deglutir. O quadro de disfagia, por sua vez, é definido justamente pela dificuldade no processo de engolir, e é caracterizado como um distúrbio que causa problemas no transporte de alimentos ou mesmo da saliva, no trajeto da boca até a região do estômago.
Entre as principais queixas das mães de crianças com fendas labiopalatinas estão: refluxo nasal, engasgos, tosse e dificuldades no processo de sucção.
O tipo de fissura de face e sua extensão são fatores que estão diretamente relacionados ao grau de dificuldade que o paciente terá para se alimentar. Isso porque no processo de sucção ocorre falta de pressão intra oral o que gera dificuldades na pega do mamilo ou mesmo em um bico de mamadeira.
A dificuldade de engolir deve passar após tratamento cirúrgico
Após a realização da cirurgia de fenda labiopalatina é esperado que o bebê deixe de apresentar os sintomas da disfagia, pois eles estão associados à anomalia anatômica das estruturas do sistema estomatognático.
Caso exista a ocorrência de fístulas, ou seja, novas aberturas decorrentes de falhas na cicatrização ou no fechamento cirúrgico do palato, os sintomas de disfagia podem voltar a aparecer e será necessária mais uma intervenção cirúrgica.
A correção cirúrgica no tempo adequado leva ao paciente uma possibilidade de recuperação melhor. Além disso, evita problemas alimentares que a disfagia pode causar, impactando na qualidade de vida e no desenvolvimento das crianças com fendas labiopalatinas.
O fonoaudiológico é um dos profissionais que deve acompanhar todo tratamento mesmo depois da cirurgia e deve auxiliar a família com orientações e suporte.
Sintomas mais comuns da disfagia
- Escape de alimentos;
- Desnutrição e perda de peso;
- Seletividade alimentar e de consistências;
- Dificuldade em iniciar a deglutição;
- Pneumonias de repetição;
- Refluxo;
- Crianças disfágicas podem apresentar atraso no desenvolvimento das funções motoras orais;
- Entre outros.
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