A sequência de Robin (SR) é muito prevalente em pacientes com fissuras labiopalatinas e decorre de uma sequência de eventos. Embora a fissura esteja presente em até 80% dos casos em que há a sequência de Robin, ela não é um critério diagnóstico. A tríade clássica que serve como embasamento para o diagnóstico da Sequência de Pierre-Robin é caracterizada pela mandíbula pequena (micrognatia), a queda da língua (glossoptose) e a disfunção respiratória.
A fissura do palato, geralmente, é em “U” ou “V” e o quadro pode estar associado a presença de outras síndromes. A sequência de Pierre-Robin, portanto, é dividida entre casos classificados como idiopáticos, sindrômicos e de acordo com o grau de obstrução das vias aéreas.
Existem graus de sequência de Pierre-Robin que determinam também a intensidade do desconforto respiratório no nascimento da criança.
Além dos sintomas respiratórios, a criança que apresenta a anatomia alterada da região, também pode apresentar problemas alimentares como regurgitações, engasgos, vômitos e até mesmo comprometimento nutricional. Técnicas específicas de fonoaudiologia podem ajudar os pacientes com estes tipos de disfunções alimentares.
Tratamentos para a sequência de Pierre-Robin
Os tratamentos dividem-se entre condutas mais conservadoras e intervencionistas. Em uma abordagem conservadora, sem obstrução respiratória grave, pode-se optar pelo tratamento postural, no qual o bebê fica de prono, melhorando o posicionamento facial e diminuindo a obstrução respiratória.
Já em casos moderados, a equipe médica pode optar pela glospecsia, abordagem na qual a língua do bebê é presa em uma posição anterior com o objetivo de diminuir o grau de obstrução de via aérea.
Outro tratamento propõe ainda a colocação de uma cânula faríngea de silicone que ficará posterior a queda da língua, evitando a obstrução da via aérea superior.
Em casos de obstrução de via aérea grave, a abordagem é mais agressiva, inclusive com indicação de traqueostomia precoce ou alongamento ósseo da mandíbula.
A opção de medidas menos ou mais invasivas, varia de acordo com cada caso, condição respiratória e com o centro de tratamento especializado em anomalias craniofaciais.